Medicalização é o processo em que questões da vida social,
sempre complexas, multifatoriais e marcadas pela cultura e pelo tempo
histórico, são reduzidas à lógica médica, vinculando aquilo que não está
adequado às normas sociais a uma suposta causalidade orgânica, expressa no
adoecimento do individuo. Assim questões como os comportamentos não aceitos
socialmente, as performances escolares que não atingem as metas das
instituições, as conquistas desenvolvimentais que não ocorrem no período estipulado
são retiradas de seus contextos, isolados dos determinantes sociais, políticos,
históricos e relacionais, passando a ser compreendidos apenas como uma doença
que deve ser tratada. ” <http://medicalizacao.org.br/>
De
maneira simplória, Medicalização é encarar aquilo que pode ser corriqueiro na
vida de um indivíduo até mesmo intrínseco à sua própria personalidade, à sua
maneira de ser como um problema de saúde e, consequentemente, como assunto de
domínio medico porque acredita-se que está fora das “convenções sociais”.
Não existem mais
“pessoas diferentes” existem “distúrbios de personalidade”. Vamos citar alguns exemplos:
se uma pessoa está triste, é depressão inicia-se imediatamente o uso de
antidepressivo; se está alegre demais, está maníaca, precisa de antipsicóticos;
se muda de um estado de melancolia para euforia ou vice-versa, é bipolar tem
que começar a tomar um estabilizador de humor; se é idoso e está esquecendo, é Mal de Alzheimer; se a glicemia em uma única
amostra resultou alta é taxado de Diabético; se o colesterol está elevado, não
se questiona, é logo medicado; se a pressão arterial em uma única aferição
mostrou-se acima da media é medicado incontinenti com hipotensor; se a criança
é hiperativa o diagnóstico é sem duvida TDAH e lhe é prescrito Metilfenidato;
se tem o hábito de lavar as mãos mais vezes do que o “normal” está sofrendo de
TOC e assim por diante.
A Medicamentalização é, portanto uma decorrência
da medicalização. É um neologismo que busca traduzir a intensidade da
penetração dos medicamentos em todos os segmentos e dimensões da vida social. <http://cienciahoje.uol.com.br /colunas
/sentidos-do-mundo/uma-ao-acordar-outra-ao-deitar..> Vivemos atualmente em uma
cultura do mal-estar subjetivo cuja contra-partida foi o surgimento de uma
medicina do bem-estar. A medicamentalização do mal-estar é uma realidade
efetiva, atual e crescente. <Words
and pills: on today’s malaise medication – Scielo>. Em resumo se toma
medicamento para qualquer coisa hoje em dia. Medicamento só não está sendo
utilizado para tratar falta de dinheiro. AINDA NÃO!
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